Mauro RodriguesEssa conta de sair de cargos muito bem remunerados na iniciativa privada ou particular para assumir postos na iniciativa pública com valores menores ou parcialmente iguais, não fecha. A prova real, que aprendi ainda no ensino fundamental está me revirando a cabeça. Agora, com a inteligência do Ministro Palocci sendo noticiada, estou começando a entender.
Lembro de uma história que um amigo me contou. Estávamos debatendo política, há uns 15 anos atrás. Na época, ele era administrador de um Hospital da cidade. Após eu colocar inúmeras ações que levariam os políticos a serem políticos, ele perguntou:
– O atual prefeito da cidade era médico do Hospital. Ele ganhava só de lá, cerca de 15 mil reais por mês. Fora o outro hospital e a clínica particular dele. Como ele trocou esse cargo pelos 12 mil reais de prefeito?
Inumerei várias razões que nem vem ao caso agora, porque penso que ele estava certo. Se o Ministro Palocci era tão inteligente e sagaz a ponto de faturar tanto com uma consultoria por que não o fez sem estar na atividade pública?
Acho que está mais que na hora de eliminar a possibilidade de políticos e pessoas envolvidas na administração pública terem outros negócios paralelos. Como serão controlados? Como provar que não realizaram tráfego de influência? Como deixar que usem outros negócios para lavar dinheiro que porventura tenham ganho de forma não honrosa?
Marcelo Sguassabia
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