Simplicíssimo

O Reino das Botas Mágicas – parte 2

E retornaram para o salvamento. Vovô continua a estória.

– O tempo que levariam para chegar até a gruta foi diminuído devido ao conhecimento prévio dos atalhos por entre as pedras e os desvios que mataram na subida e descida foram devidamente marcados e desviados por seu bisavô e todos os outros que sobreviveram e conseguiram continuar na aventura. Ao chegarem na gruta, encontraram a outra bota do príncipe logo após a entrada.

Dividiram-se em três grupos. Um exploraria as montanhas em volta da gruta, outro ficaria em guarda no local enquanto o terceiro desceria pela gruta em busca de seu líder ou do que pudesse restar dele. Poucas horas depois, encontraram calor e tiveram que retirar seus agasalhos. Era como se estivessem entrando num vulcão, mas não desistiram e a persistência os trouxe até o velho sábio que morava na montanha. Envolto em trapos, barbudo, cabeludo e um olhar cabisbaixo por trás de um touca amarrada à cabeça. Seu bisavô liderava esse grupo e colocou-se à frente para tentar falar-lhe. Foi interrompido logo que tentou aproximar-se a menos de 10 metros.

O velho fez uma pausa longa, olhava o teto, desenhava com o dedo sobre os olhos uma forma que trazia um Buda magro aos olhos de Guto. Continuou em seguida.

 

“Parem! Sei que buscam seu líder. Ele esteve aqui e partiu. Encontrou o que procurava e tratou de jogar-se no vulcão sem antes deixar essa trilha de couro espalhada pela gruta.”

 

   Assim falou-lhes o sábio e logo calou-se.
– Os homens olharam e viram quanto couro havia no lugar, todo em tiras.

   Pareciam cadarços picotados com as mãos, com as unhas ou rasgados com os próprios dentes. Eram muitos metros de tiras de couro, espalhadas pela grande gruta. Em meio à notícia derradeira houve um início de revolta contra aquela figura que sentava-se numa pedra no fundo escuro da caverna e observava o grupo em amplo silêncio. Nem seu bisavô lembrava quem começou, mas em instantes tinham recolhido todo o couro que estava espalhado pela gruta e partiam de volta à entrada principal. Ao chegarem, os outros dois grupos já os aguardavam. Seus caminhos foram curtos e suas rotas não os levaram a lugar nenhum especial. Escutaram o relato dos que chegaram e a revolta novamente invadiu seus corações, levando todo o grupo novamente ao interior da caverna em busca do grande salão e do sábio que teria respostas que precisavam ouvir.

   Aos gritos, esbravejando contra o calor que vinha do interior da montanha invadiram e cercaram toda a grande área interna parcialmente iluminada pela luz filtrada pelo gelo e oriunda do interior da montanha. Mas, para surpresa de todos, não encontraram nada ou ninguém ali que pudesse dar-lhes alguma explicação.
Continua…

Mauro Rodrigues

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