Simplicíssimo

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Um grupo de estudantes de direito resolve comemorar o dia 11 de agosto (em 2004), o Dia do Advogado, com a “tradição” do Dia do Pendura. Desculpe-me o palavreado, mas tradição o escambáu. Com um gasto de R$ 1.300,00 (coisinha simples que qualquer estudante brasileiro pode pagar) o grupo foi retido no restaurante pelos seguranças do local até a chegada da polícia e o encaminhamento para a delegacia. A jovem estudante protesta cheia de razão: “fomos mantidos em cárcere privado”. E eu que já perdi a compostura mesmo vou logo dizendo: cárcere privado o caralho!

Não seria a manutenção dos jovens no recinto um direito do proprietário do restaurante frente à negativa de alguém lhe pagar uma conta? Você, no seu negócio, ainda daria um brinda? Não seria uma reação de legítima defesa pela agressão que é um grupo fartar-se e querer tirar vantagem inapropriadamente? Ou devo estar errado, ou há leis e chavões demais que protegem o ladrão que rouba e é preso. Coitadinho, será privado. Que destaca no jornal o policial que atira no bandido. Olhem que absurdo, ele é um cruel agressor.

A melhor definição para o fato é, sem dúvida alguma, um calote. Golpe mesmo. Mas eles se vêem na razão, me fazendo crer que esta é a escola nacional perpetuadora de Lalaus. Uso a generalização de propósito e para causar impacto embora saiba que alguns oportunistas, semelhante aos jovens ali, tentarão me processar por algum dano moral. Alguns bons me darão razão, embora contestem aqui e ali. Mas não é possível que tal fato passe am branco, em albis (para caso alguém do direito que esteja lendo se sinta mais à vontade).

Sei que um erro não justifica o outro, o outro também não justifica o um e os fins não justificam os meios. Aliás, devem haver zilhões de outros ditados bonitos para eu colocar aqui. Balela. Estou irritado e não escondo. Irritado com essa enfadonha crise moral. Será que eles imaginavam que o dono do restaurante iria chamar uma limousine, acender charutos cubanos e pagar uma estadia no Plaza para todos? Por favor, saltem os bons em defesa de si mesmos e de sua classe, tão repetidamente desmoralizada. Classe onde estão muitos que detém um conhecimento específico e dele tiram proveito sem escrúpulos, buscando a própria vantagem. Eu queria dizer que são apenas exceções. Juro que queria. Mas eu queria tanta coisa nessa vida e não posso. Essa é só mais uma. Saltem mais, saltem logo, para que os maus elementos, quem sabe um dia, saltem fora. Ah mas isso é utopia, só mais uma utopia. E eu que tenho falado tanto na Educação através do exemplo. Imagina só, se quem conhece a lei faz dessas, o que se pode esperar todos nós outros, leigos imbecis? Pois então, que belo futuro nos assola …

Eduardo Hostyn Sabbi

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