Good Morning, Sir! Passport, please…
– …
– Brazil?!… Could you wait a minute, Mr… da Silva? – e virando-se para o funcionário ao lado:
– Santiago, this is for you…
Vem o Santiago, que pergunta em um sotaque lusitano:
– Em que posso ajudá-lo, Senhor… da Silva?
– Ufa! Finalmente, alguém que fala Português…
O funcionáro não sorri e limita-se a perguntar novamente:
– Em que posso ajudá-lo, senhor?
Tento recompor-me:
– Para falar a verdade, não sei… O Mister ali pediu meu passaporte, leu meu nome e então lhe chamou… – e já um pouco temeroso – Algum problema?
– Não sei, senhor… Teria?
– Não que eu saiba…
Santiago, folheando o passaporte, continua:
– Está indo para onde, senhor?
– Japão.
– Japão? Fazer o quê no Japão, senhor?
– Eu moro no Japão.
– Mora no Japão? – e olhando-me no rosto: – O senhor trabalha no Japão?
– Sim, sou professor.
– E o que vem fazer nos Estados Unidos?
Neste momento, perdi a calma:
– Como assim? O avião faz escala e… Escuta: Qual o problema, finalmente?
O funcionário aproveita-se de meu estado emocional:
– Mantenha a calma, senhor, e limite-se a responder à pergunta.
Respiro fundo:
– O avião faz escala em Los Angeles…
Santiago, por sua vez, limita-se a dizer:
– Pode esperar um minuto, senhor?
E, levando meu passaporte, vai até ao fim do balcão para falar com o funcionário que primeiro me atendeu. Os dois começam a conversar, olhando ora para o passaporte, ora para o computador. Na fila, algumas pessoas reclamam da demora.
Até que Santiago retorna e, carimbando o passaporte, devolve-mo:
– Tenha uma boa viagem, Senhor Da Silva.
E foi isso. Peguei meu passaporte e tratei de ir para a sala de embarque o mais rápido possível.
Qual teria sido o problema? Sinto, leitor: tampouco saberia explicar. Coisas de aeroporto. Talvez…
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