Simplicíssimo

QUASE explodindo o mundo

 

 

Estava quase adormecido programando o piloto automático de sua nave enquanto algumas imagens surgiam a seus olhos, a sua frente, e em seu passado quase presente. Anos luz, anos luz, era uma frase que ouvia repetidamente. Sim, mensagem recebida, código de aproximação ativado. Propulsores a toda, era a hora. Não mais por ali, nem acolá. Uma dimensão não mais existia. Não como sempre. Como um dominó que desmoronava, mas não ordenadamente, cada peça espalhada para um lado diferente. Assim era a descrição do que avistava. Nenhum ser que voasse aparecia. A escuridão não completava tão bem o cenário. Acendeu uma luz com um apertar de botão, algo tão banal por hoje, tão surreal por ontem e tão impossível por amanhã. Uma chuva densa caía no horizonte. Preparado apertava seu último botão. Teria que ser ágil, pois aquele mundo de sempre iria explodir. Num ato de coragem e sobrevivência seria ejetado pra uma galáxia distante. Quando podia ver aquela esfera azul se espremendo e fortes fagulhas vermelho-alaranjadas gigantes saindo de todos os lados, tinha a surpresa se surpreendia com uma voz:
—Querido, querido, acorde.
Aquele rosto lindo o trouxe de volta de anos luz de distância em milésimos de segundo.

 

Frank Santos

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