Simplicíssimo

Duro Arremesso

Sua cabeça latejava, não conseguia pensar em outra coisa: todas aquelas lembranças de momentos vividos que não poderão se repetir. Ao mesmo tempo que com elas vinha uma sensação gostosa, logo depois chegava aquela angústia de quem perdeu o mais valioso dos tesouros. Começava então a imaginar, olhando para um globo, daqueles que servem de lustres antigos, seus sonhos. Era como se visse dentro dele todas as cenas que desejava que fossem realizadas. Tanta beleza, tanta felicidade, mas de repente voltava à razão: não podia concretizá-las, não com aquela pessoa que era a protagonista daquilo tudo. Então teria que se encher de uma força interior muito grande e arremessar aquele objeto longe, de modo que os estilhaços demonstrariam melhor como se encontrava por dentro. Era inevitável aquele arremesso, teria que liberar espaço para que outros momentos inesquecíveis acontecessem, mas não era nada fácil.

Frank Santos

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