Violentos Haikais 39/X
É fofoca sua babaleia!
Não me chame
Sua infame!
Faroeste 27/X
Pode ser que arda
Pode ser que não
mas o amor não tarda!
A Incrível estória do tubarão vegetariano
(para ler a sombra de um carvalho que cismou em não parar de crescer junto aos arbustos que odeiam estar a sua sombra).
Sandro tinha sua essência. Nunca, jamais iria deixar de ser aquilo. Gostava de passear à tardinha, bem no entardecer. Dizia que fazia aquilo porque não gostava dos extremos, do sol ou da lua.
Àquela hora é perfeita! Não era de dia nem era noite. Podia ter sol, podia ter lua. Talvez, diria ele, vocês achem que não é verdade, pois o sol está dando um de seu mais belos espetáculos justamente neste momento. Porém, lembre-se, que a melhor hora do espetáculo é quase no final do show, quando tudo está se acabando.
Então, o astro, naquela hora está na verdade se despedindo. Sim, é apenas uma triste despedida, ou feliz, para aqueles que preferem viver a melancolia da noite. Ou sua paixão.
Para ele, no entanto, o dia só tinha de bom justamente aqueles preciosos momentos. Justamente quando tudo não era extremado. Tudo a meia-luz, como em um começo de um novo romance.
Bem, ele concordava que o amanhecer também era lindo, mas difícil de se ver. A hora que o mundo se ilumina de novo. É que Sandro achava muito difícil acordar nesta hora. Ainda mais depois de um novo romance. Dia após dia (ou melhor, noite após noite).
Ele costumava dizer: “Ainda bem que a vida era assim, o novo amor cada dia, para se curtir a meia-luz, assim, não preciso de extremos, posso namorar na sombra”.
Esta era a vida de Sandro, que vivia tomando cuidado para não cometer atos extremados… Jamais se casaria …
Era um cara feliz de verdade, embora ele mesmo não achasse, pois ser feliz ou triste está nas pontas e ele era o cara do meio.
Do meio, bem do meio, não! Pois bem no meio também é extremo!
Ih! Acho que desta vez fiquei tempo demais na contramão e fiquei um pouco Sandro.
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