Simplicíssimo

Desa(r)mando-se de verdade

Um mundo em paz, sem armas, é tudo o que a gente quer. Sem violência, sem medos, passear na rua livremente, sem olhar para todos os lados, desconfiando de cada recanto. Mesmo assim não estaremos livres de todas as armas. A grande questão é descobrir com fazer o verdadeiro desarmamento. Que armas você tem? Que armas você usa? Que arma você finge que tem? Não seria o fingimento uma arma?.

Tem gente que tem uma marreta de dar nos dedos. Um Pit Bull de dar medo, e uma gilette que corta. Para os dois lados. Uma amiga tem uma cobra de estimação, um humor do cão e um segurança para aparecer e fu… Um cidadão, pacato até então, tem uma Pathfinder para amedrontar, óculos escuros para esconder e 12 rottweillers para te atacar. Tem uns que tem a tv, a grana e o poder, outros tem os músculos, a cara ou o saber. Minha arma é meu texto, faço de minhas palavras minha granada.

Há aqueles que usam a instituição, a regra ou o método. A subversão, a recompensa e o sexo. Se você vem de braços abertos, basta um canivete, se você vem com flechas, basta um escudo. Porém algo me diz e me corrige, que para mil flechas não bastam 1000 escudos, para 100 desculpas não bastam 100 perdões. Para a morte de um ente querido, não basta uma cadeia. Para um deslize qualquer, não basta qualquer punição. O amor está na gente, mas não está no outro, o problema é que nossos amores são os amores dos outros. O problema é todos temos desamores, velhos amores.

As defesas são sempre proporcionais aos ataques. Venha com gestos (que eu defendo), venha com palavras (que eu defendo), venha com facas (que eu defendo), venha com revólver (que eu defendo), venha com granadas (que eu defendo). O problema que agora a gente tem medo da defesa, por que todos sabemos, desde de pequenos que a melhor defesa é o ataque.

Pedro Armando Furtado Volkmann

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