Simplicíssimo

Prá Começar

_ Puta que o pariu!
_ Olha o respeito, não vai falar assim da minha mãe.
_ Até parece que sou homem de ficar colocando a mãe no meio…
_ No meio? Você disse “pariu”, e isso quer dizer “no início”!
_ Mas que absurdo, larga do meu pé.
_ Como se eu estivesse rastejando abaixo dos teus joelhos…
_ Como pode alguém ser assim tão chato?
_ Daquele bichinho ou do formato plano?
_ Escolhe ora bolas!
_ “Bolas” … só pode ser o primeiro então. Tá coçando é?
_ Não sei como te agüento. Você não tem nada pra fazer não?
_ Não e nem você.
_ Pois tem sorte de eu não poder levantar daqui.
_ Eu sei.
_ Ia te dar uma bengalada que você ia ver só.
_ Como se você lembrasse onde ela está. Ou esqueceu que tudo isso afetou tua cabeça?
_ Então batia com qualquer coisa mesmo. Até quando terei que te agüentar?
_ Não te apressa homem. Deve estar faltando vaga lá em cima também. Hoje em dia é fila pra tudo …
_ Então me vira de lado que tá doendo a bunda.
_ Não, não. Lembra que te ensinei ontem a pedir “por favor”? A esqueci, você está gá-gá…
_ Cala a boca e me vira caralho!
_ Olha o nome feio …
_ Feio nada. Feio é Eduardo e Letícia.
_ Hei, eu gosto do meu nome!
_ Que nada. As pessoas deviam se chamar mesmo é Caralho, Cú, Boceta e daí por diante.
_ Delirou homem de Deus, vou chamar a enfermeira!
_ Não, não precisa. Basta imaginar. “Sr. Caralho bateu à porta de dona Boceta. Irritada como todas as vezes em que vestia vermelho, mandou-o embora. Inconformado, Sr. Caralho foi direto procurar algum consolo no Cú”.
_ Mas que coisa escrota! Vamos ter que rezar uns 3 terços por esta! Uma novena quem sabe! Acho que nem aquele site, o Simplicíssimo, aceitaria uma estória dessas.
_ Aceitaria sim, as pessoas de lá não são assim idiotas que nem tu.
_ Olha …
_ Tá, tá, peguei pesado.
_ Não tem problema não, já estou indo embora.
_ Volta amanhã?
_ Claro né, sou paga prá isso …
_ Merda! Quer dizer que só fica aqui do meu lado pelo dinheiro?
_ Na verdade para enriquecer também meu dicionário de palavrões.
_ Aiê, larga um pouco do meu pé que tá até doendo.
_ Não sou eu não, é o gesso.
_ Cacete! Me vira de lado logo!
_ Ah confessa, você não vive sem mim, literalmente (…) Melhor assim?
_ Sim, bem melhor. Mas desmancha esse sorriso. Um dia você também vai sentir a minha falta.
_ “Um dia”? Ah sim, um dia. Tudo pode acontecer, tudo pode …

Ibbas Filho

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