Simplicíssimo

Escrever por Escrever VII (excertos)

{03/07/2000 – Segunda-feira – 19:15}

Da coleção “Poesias para um Novo Mundo”:

Despertar

Quando as cores somem
Desaparecem como se nunca houvessem existido
Quando as luzes brilham
Mas não servem mais ao seu propósito

O vazio preenche todos espaços
Toma conta de tudo que resta
De tudo que sobrou, dos escombros
Agora em tons de cinza, escuro

Já não se ouvem passos, nem vozes
Somente um grito, surdo, ensurdecedor
Que me faz fechar os olhos
E ver coisas até então sem sentido A
distância agora consigo medir
Ela existe, e assusta
Tenho medo de não mais voltar
De não escolher o caminho certo

Sinto cheiro de café
E sinto necessidade de acordar
Deste sonho, que é uma vida
E viver, esta vida – que é realidade.

Isso aí em cima eu escrevi algum tempo atrás, enquanto estava nadando para longe de um amor perdido.

“Em uma discussão filosófica, quem perde é o maior ganhador, pois aprendeu mais.” Epicuro (341 – 270 a.C.)

“Abençoados os que sabem rir de si mesmos, porque nunca deixarão de divertir-se” Mort Walker

“Algumas pessoas desejam tão ardentemente uma coisa que, por medo de perdê-la, fazem de tudo para ficar sem ela” Jean de La Bruyère (1812 – 1889), poeta inglês

“O problema dos nossos tempos é que o futuro deixou de ser aquilo que era” Paul Valery (1871 – 1956) poeta e crítico francês

Citações, citações… {03/07/2000 – Segunda-feira – 19:31}

{03/07/2000 – Segunda-feira – 22:11}

Aqui segue “O retrato de câncer”, que é um perfil do canceriano que foi publicado em alguma revista ou jornal e minha mãe me trouxe, há vários anos atrás:

Câncer possui muitas qualidades e muitos defeitos. Como o caranguejo, ele pega tudo o que passa ao seu alcance: é inquieto e deseja ter segurança do amanhã. O que é seu ele protege, acaricia, cuida e muitas vezes esconde dos outros. Tem um senso de família muito agudo e sua visão do mundo é às vezes muito estreita. É ligado a suas origens, a sua família, a seus pais, a seu cantinho de chão, seu primeiro brinquedo, sua primeira amiguinha (mesmo que não a veja há mais de 50 anos!) Dificilmente o canceriano se separa do que possui, preferindo muito mais incluir um novo membro em sua família do que se separar de um de seus filhos. Toda separação é uma espécie de rompimento, um abandono, uma fuga. Câncer tem necessidade de ser protegido e a perda (mesmo provisória) de uma situação, de uma vantagem, de uma relação, é sentida como uma brecha em seus mecanismos de defesa e vivida em forma de angústia. Esta proteção que ele procura, ele a sublima protegendo os outros. Câncer é tido muitas vezes como um ser superprotetor, maternal. Felizmente, a Lua, que escolheu seu domicílio neste signo, lhe confere um certo lado fantástico. É um ser dotado não somente de uma grande sensibilidade, mas também de uma enorme imaginação: nenhuma idéia pode encontrar terreno mais fértil para germinar e se multiplicar. Câncer ama a vida, não somente a vida familiar mas também toda a vida em coletividade. Infelizmente, ele só se sente bem no ambiente que conhece, que ele pode ligar a um membro de sua família ou a um amigo próximo. O canceriano nunca se afasta por muito tempo de seu local de origem: a aventura para ele começa a 10 passos de sua casa! Amigo dos pobres, dos deserdados, dos largados à própria sorte, o canceriano jamais recusa a ajuda que dele se espera. Entretanto, pobre daquele que não aceita sua doce tirania: o canceriano irá demonstrar sua indignação por tanta ingratidão. Bom, sensível, receptivo, econômico, Câncer não tem só qualidades. A Lua que governa este signo o torna algumas vezes linfático, até mesmo francamente preguiçoso. É igualmente caprichoso e susceptível: qualquer palavra um pouco mais dura pode ficar gravada durante semanas e até meses. Sua imaginação transbordante lhe faz imaginar múltiplas hipóteses, enquanto tudo não passava no mais das vezes de uma brincadeira! E não é só isso. Câncer dificilmente aceita crítica, mas também ele próprio só com dificuldade consegue exprimir suas críticas ou sua cólera. Se lhe acontece de elevar a voz, de se zangar ou de protestar, fica se culpando desse descontrole muito tempo depois. Superdotado quanto a lamúrias estéreis, é um eterno inquieto que, para bem viver, não pede senão ter segurança junto aos seus, sonhando, sentado em sua poltrona, com viagens por terras distantes.

Tive ensaio/reunião agora a pouco com a minha banda, a “The Brains”. Estou me estressando com ela. Está me proporcionando mais incomodação do que prazer. O Fabiano com sua instabilidade: ora de bom humor, ora virado e não querendo tocar. O João sempre achando que ainda não está bom e que não dá para tocar nos lugares… Tenho que arranjar outros caras para tocar. Alguém menos complicado, que queira tocar algo simples, músicas próprias e algumas covers conhecidas e que “pegam”; sem muita enrolação e só para se divertir… Minha história musical começa no “Ranulfos”, depois teve a “Fuckers on Duty”, aí criamos em 1994 a “The Brains”. Tenho um projeto de banda punk que iria se chamar “Os Waldo Aranhas” e um outro de MPB (Metal Progressivo Brasileiro) que se chamou “Não!”; além, é claro das clássicas e famosas “Banda das 100 músicas” e a “Banda Continental”. Outra hora descrevo com mais detalhes essa parafernália musical. Agora quero estudar a “Metafísica” de Aristóteles e ver a Tela Quente. {03/07/2000 – Segunda-feira – 22:47}

{03/07/2000 – Segunda-feira – 22:52}

Lição de Hegel – O Filósofo: desde criança os livros que lia ele fichava: colocava o nome do livro o autor, as conclusões que ele tirava de suas leituras e seus respectivos trechos para referência posterior caso ele os quisesse usar. Acho que vou começar a fazer isso. Partes das conclusões que eu tirar escreverei aqui. {03/07/2000 – Segunda-feira – 22:56}

Rafael Reinehr

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