instalar-se o nada em mim
e esse Universo do meu peito
– manso e forte – não te for mais benfazejo?
E se da tua inconstância
desventurar-se o meu desejo
e brotar em mim o veneno antigo,
aroma de jasmim e desassossego?
E se nossa incompletude
for apenas o que nos resta, com seus ais – dores
esquivas – a escorrer peçonhas na noite e sua magnitude
– silenciosa e nauseante – vazio secreto dos amores?
Vagaremos pelas cidades, ruas do mundo
escancarando remorsos, intempéries e medos?
Ou pouco a pouco me hás de amar cada vez menos
e eu, numa fração de segundo – ah, deveras triste! –
outros beijarei sem amar, sem guardar segredo.
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