Chegava em casa de manhãzinha. Às vezes exibindo um maço de dinheiro; outras, escondendo o pulso onde deveria estar o relógio, reincidente presente.
Tinha sempre a mesma desculpa. Que ela tivesse um pouquinho de paciência com ele, pois largaria de vez a jogatina e arranjaria logo um emprego decente.
Mas a mulher se cansou dessas falsas promessas e lhe fez um ultimato. Que escolhesse entre ela e o baralho.
Ele não deu importância. Achou que ela estava blefando, e por isso não pôs fim à sua jogatina noturna.
Estava errado, não era um blefe.
De fato, ela o largou e foi viver com outro homem.
Pela primeira vez na vida, ele soube o que era se sentir uma carta fora do baralho.
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