Simplicíssimo

Porque os vizinhos se voltaram uns contra os outros ?

 

Teríamos um medo cósmico presente no nosso cotidiano, medo do céu estrelado, medo de desastres naturais, de um corpo frágil e vulnerável em relação ao imenso e infinito céu estrelado, como o terror da incerteza.

Agora resolvo enfileirar objetos de diversas espécies, uns pratos comprados num brechó que seriam réplicas de pratos franceses, que foram usados apenas uma vez,  num jantar com 4 pessoas que estiveram se revendo e há muito tempo não se viam.

Tem também uma mascara africana, que poderia passar uma imagem de força e determinação, presente de alguém que não lembro.  A máscara seria apenas para ocupar um espaço na estante.

Penas de pavão se guarda por representar um sinal de sorte?

A sorte viria ao acaso, ou de forma gradativa sob um grupo de pessoas.

A sorte poderia ser dissecada, assim como os objetos.

Prefiro preservar  a unidade legítima da sorte.

Lembro do mar de Orlando, como um mar tranqüilo com poucas ondas e tempo escasso.

O conceito do tempo, como ele se apresenta, me fere sempre, não como tempo, mas como lacuna da percepção.

Posso demorar 1 segundo para escrever toda palavra, mas quando estiver passando como agora pela vigésima palavra, já passou 50 segundos, e você ao ler, vai começar do zero no tempo.

Então houve um imenso desencontro.

Todo esse desencontro é perseguido,  até se abrir uma brecha aonde não há jardins.

Não há jardins em brechas, nesse caso uma brecha úmida e literária.

 

erika ------------------------------------------------- fraenkel

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