No consultório da psicóloga, deitado no divã, Papai Noel deprimido tem uma crise de identidade:
_ E então, o que está acontecendo?
_ Ho, ho, ho … Sabe o que é … tenho estado triste, ho ho ho.
_ Mas por quê?
_ É que tem gente que anda falando mal de mim por aí, achando que eu sou veado … Mas eu não sou né doutora?
_ Bem, fale mais sobre isso…
_ Ah que é isso doutora, esse negócio de ficar falando, falando é coisa de mulherzinha não é não?
_ Bem menos do que sentar na meu lápis!
_ Lápis? Opa, nem tinha percebido … Nossa, mas que baita lápis doutora! Porque você tem esse lápis tãaaao grande?
_ É para, é para … ah, deixa para lá, vamos voltar ao nosso assunto… Deixa eu ver, hmmmmm … então Papai Noel, me fale sobre os seus pais.
_ Como assim doutora, você já ouviu falar em Papai Noel ter pai e mãe?
_ É, é verdade, mas todo mundo tem uma origem.
_ Eu sou fruto dos sonhos mais profundos e belos das pessoas, ho ho ho…
_ Ai que lindo!
_ Lindo uma ova! Não é fácil ser alguém que não existe e ter que aparecer com essa roupa quente em pleno verão!
_ Realmente, você está deprimido. Temos que fazer alguma coisa.
_ Mas o quê?
_ Quem sabe você vai ao shopping, compra umas roupas novas, uns sapatos …
_ Nem pensar! Nessa época se eu pisar em shopping é trabalho na certa!
_ Então entre na Internet e conheça alguém!
_ Já tentei, mas quando coloco meu nome ninguém acredita que eu sou eu.
_ Mas o importante é VOCÊ acreditar no que VOCÊ é!
_ É verdade! E eu acredito! Papai Noel existe!!!
_ Então, aí está a solução! Escreve uma carta para o Pólo Norte pedindo um presente bem bonito!!!
(este é mais um um texto de uma das esquetes da peça Hey Jude – Episódio III: Coisas Estranhas do Natal, a melhor que fizemos, com as já estrelas girafas do Rafael.)
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