Minha vida imita a arte. A minha vida, esforça-se pra tornar-se um quadro. Nada incomum, privado, documentado, é só arte. Talvez o vento me chame pra dançar feito pluma. Desta vez juro que vou. Desta vez, valerá a pena, ou as penas valerão algumas dúzias de pecados do passado. O passado, é um amigo e os amigos corrigem feridas, passam borrachas. Talvez o passado me deixe mais leve. Porque o passado pra mim não era um elo, ou uma parte da vida. Talvez seja uma peça. Arte. Uma peça de teatro, talvez mais uma cor e cores precisam de história.
Minha vida quer ter arte. De todos os lados, aquele papo reto e torto e descolado que eu não pedi pra entender, que ninguém me pede pra contar. Arte é feito vento. Tá em todo canto. Eu canto, por todos os cantos, canto pra espantar amigos cruéis. Canto pra espantar medo. Canto pra tirar pessoas de seus cantos. Canto livre, por mim e por ti.
Aquilo que crê, o que é?! Divida suas guimbas comigo. Sabe, ninguém está pronto a saber quando virá o sol e seus dispores. Quando virá um jazz de três notas ou quando as três notas tornaram-se-á um blue. Porque assim como arte, imprevisível é a ressonância. A ressônancia das cores, das cordas, dos feixes mais belos.
O que ninguém passou a saber?! A final, todos sabem de tudo agora, não?! As crianças sabem do que os adultos vivem, e os adultos têm medo ou não prevêm o futuro em suas bolas de cristais cheiqas de informação. A estrada agora virou um parceiro, pras jornadas fiéis, talvez para emboscadas. É como aquela velha viola, que soava triste, como os tempos passados, as guimbas da histórias são trazidas até nós, através de desfeixos , de feixos, de luz. Se alguém um dia soubesse quantas estrelas pudesse encontrar no céu, esse alguém hj estaria desacreditado, apedrejado e morto. Assim é. A arte imitando vida, o cosmos culpa-se por não poder te salvar.
Mas e tu?! É culpado por não ligar para o cosmos?! Jamais! Um ser feito qualquer, jamais se entregaria. É esta jistória robusta de querer que tudo signifique algo que não precisa ser.
Pois então, lhe digo: eu quero que tu não signifique nada pra mim. Não diga nada, não se apresse. Não existem significados e cores.
Apenas a vida, imitando a arte, e a arte nos fazendo crer que desta vez há algum sentido que transcende passado ou qualquer outro período. Esta coisa de necessitar expressar-se, me chama. O amor, pelas coisas belas, divinas em seu contexto natural, esta voz do vento, de caminhar, trançando cabelos da própria estrada, sabe, isso sim, passou a ser minha verdadeira paixão.
Eu quero verdadeiras paixões, cobertas de cores, cobertas de arte, cobertas de vida, uma vida ímpar, menor que a sua e maior que um provável presente.
Eu preciso?! Precisar não passaria de mito. É uma questão de se estar apaixonado, longe de algo que ainda possa ser comum á qualquer olho, á qualquer parte.
Minha vida imita a arte e a arte me quer, inteira e só pra ela.
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