“Há um ano atrás foi inaugurado mais um bar de rock na cidade.
Dois meses depois foi fechado mais um bar de rock na cidade.
E há uns dois meses atrás, a banda de rock que mais inaugurou bar nessa cidade viria a… Entrar em recesso.
Pra você que se emocionou, pra você que achou uma merda, pra você que tem boas lembranças do bar, ou nem lembra que esteve lá, e pra você que está se perguntando "ma de q diabo esse cara ta falando??", aí vai o link de alguns novos vídeos velhos do DVD de inauguração do bar: http://tinyurl.com/2lkz9l
O som tá ruim, a imagem ta ruim e a banda… bom, a banda pretende gravar um CD este ano.”
O texto acima foi feito pra ser enviado como scrap (sim, eu sou do tempo em que recado era scrap) em massa pelo Orkut, mas por algum motivo (provavelmente mais uma medida de segurança do Orkut), não consegui fazê-lo e, como é um bom texto e já que toquei no assunto, decidi colocá-lo aqui.
Não sou entusiasta de apelos do tipo “ouça as mp3 da minha banda” ou “comente no meu flog”, mas abri uma exceção nesse caso. Nos três últimos anos, iniciou-se um tal de abre-e-fecha de bares de rock na minha cidade um tanto quanto interessante. Há um ano, em dezessete de fevereiro, era inaugurado mais um. Dava pra escrever um livro sobre o retrato da juventude “metaleira” (da qual já fiz parte) e suas praças, seu bares, suas intrigas, seus coturnos, crucifixos e, principalmente, seus “goles” baratos e suas “interas”. O mote, nas mãos de um bom roteirista, poderia até virar seriado de televisão. Mas eu, só digo uma coisa: assistam aos vídeos da minha banda. É uma boa banda, sem dúvida. Foi uma boa banda, será uma boa banda, poderia ter sido melhor se não tivéssemos parado. Recomendo a “Running Wild”, minha preferida. As músicas são uma mistura de Pink Floyd com Megadeth, a banda teve seu auge e declínio em menos de dois anos, tentou fazer uma mega concerto que deu em fiasco e nos ensinou a não pensar tão grande. Ah, e também teve uma suposta briga com o ex guitarrista, supostamente por causa de mulher, que rendeu fofocas da multidão e da crítica, como acontece com toda banda foda e famosa.
Existiram quatro bares. Inauguramos três. Dois fecharam. Um ia bem até o dia em que nós tocamos. O último, até que ta durando. Neste bar em especial eu fui corneado (aliás, muita gente foi), me vinguei, aprendi a gostar de ovo cozido (como da pra reparar em um dos vídeos) e acabaram com o bar antes que ele acabasse comigo, na mesma época em que eu prometi nunca mais pôr os pés lá, por um questão de auto-preservação.
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