Ah, ta , então você é uma moça que já fez muitas loucuras na vida, é? Legal…
Desde quando beber-e-fazer-merda caracteriza-se como loucura? Exagerou na dose, liberou geral, vomitou, cagou, e acordou feliz por ter achado uma camisinha entre as pernas? Nossa, que loucura, hein?
Já que você fez tantas loucuras, que tal fazer um pouco de felicidade também? Te pago uma dose de alguma bebida, uma dose que custa o mesmo preço do litro dessas porcarias que se bebe pelas ruas, que cheira a xixi com querosene, mas que deixam as pessoas felizes. E as fazem-fazer-loucuras, claro.
A loucura… Você olha pro lado e ela está lá. Como um raio que cai no meio de sua cabeça. Você fica estático, tentando acreditar ou não-acreditar. É pegadinha? Não, e já é hora de começar a ficar preocupado. E o corpo todo começa a tremer. E por aí vai. Eu sei do que estou falando. Meu ombro sabe o que é uma parede. Lutar contra a tentação, ficar olhando qualquer objeto pontiagudo, tentado achar um único motivo para não fazê-lo, mesmo sabendo que vai passar por isso muitas outras vezes. Lucidez de merda. Mas o pior é ter que lembrar disso pra poder escrever sobre isso. Oi, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Não, não foi nada. Absolutamente. Mas ela continua ali dentro e não é do tipo de coisa que da pra esconder debaixo do tapete. Vamos manter a calma pra variar um pouco.
Eu não sou louco. Sou a própria loucura em carne viva rasgando tua pele. Consegue conviver com o absurdo, com as variações de humor? As desculpas, a cama vazia? Consegue jogar de volta essa merda na cara do teu traidor?
Eu sei o que é um momento ruim. E sobrevivi a todos eles. Essa vergonha estampada na cara não faz restar dúvidas. Não me peça pra ter força, esse cheiro de fossa eu conheço muito bem e convivo com ele bem embaixo do meu nariz.
Se eu tivesse explodido nas vezes em que apenas implodi, talvez eu fosse um pouco mais respeitado.
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