Vende-se!
Ombros largos, olhos azuis, 1,80m de altura; Tá bom, 1,78m. Bom amante, bom companheiro – embora as referências insistam em dizer o contrário – com muito a oferecer:
Vendo uma tatuagem e uma caixinha cheia de lembranças. Vendo solidão, para os que vivem com a casa cheia de amigos e querem um pouco de sossego. Vendo minha banda e cartas de amor com erros de português. Se você já se cansou de ser útil para a sociedade, de ser o orgulho da mamãe, é só entrar em contato. Vendo uma cabeça cheia de idéia que não presta pra nada. Vendo minha falta de não ter o que escrever, por não ter nada novo pra falar, nem alguém realmente interessado com o que penso ou sinto. Pai e mãe não conta.
Vendo, pois preciso pagar as prestações da única coisa que comprei parcelada na vida. Vendo o que for, pois a única coisa de valor que tenho, é exatamente a coisa que estou devendo.
Vendo! Vendo! Tô vendo tudo! To ferrado!
Só não vendo troféus, nem medalhas – porque nunca ganhei -, nem figurinhas de futebol ou foto de mulher pelada. Sobrando algum dinheiro, compro um cabaço e uma cara nova.
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