Simplicíssimo

Opressão

Estive fora do ar por alguns dias (problemas no HD, depois no modem, depois no navegador, depois no meu saco) e não pude participar do debate da semana passada, sobre o “Democracia ou Oligarquia?”. Então, vou vou aproveitar o próximo capítulo. Sacumé… vamos valorizar um pouco a coisa…

Pois é; sou completamente pessimista quanto a alguma coisa ser diferente, no que se refere às relações dentro da sociedade. Não vejo possibilidade alguma de transformação.

No fundo, já dizia Marx, as lutas sociais são sempre lutas entre classes, pelo poder. Quem não tem quer ter e quem tem não quer perder. Os oprimidos querem oprimir e os opressores querem continuar assim. Ou seja, no final das contas, é uma luta pelo direito à opressão. Do meu insignificante ponto de vista, o que rege as sociedades civilizadas é precisamente a opressão, a “posse” desse direito.

E, se observarmos a História, veremos que todas as mudanças significativas estavam ligadas a interesses econômicos de minorias privilegiadas. Tanto faz se for lá na Europa, com uma Revolução Francesa (que começou popular e terminou burguesa), ou aqui no nosso Brasil, com uma Proclamação da Independência (de interesse aristocrata), uma Proclamação da República (ídem) ou um golpe de 1930 (o que foi, afinal, além de um confronto entre burguesias urbanas e rurais?). Não que não existam homens e mulheres com boas intenções; só que esses homens e mulheres não teriam alcançado êxito em suas lutas sem que houvesse algum interesse financeiro dando suporte. Se essas lutas não fossem, de alguma forma, economicamente interessantes, provavelmente a América Latrina ainda fosse formada por colônias Ibéricas (só pra ficar em um tema já abordado aqui por estas plagas, semanas atrás).

Somos, em verdade, apenas joguetes nas mãos de “deuses” muito mais poderosos do que nossas próprias vontades. De um modo geral, as populações estão alheias a seus próprios desígnios, seja pela ignorância, pela ingenuidade ou pela submissão. Alguns poucos ousam buscar trilhas paralelas, encontrar suas próprias respostas. Mas, são tão poucos que, provavelmente, jamais oferecerão uma ameaça real.

A Marilena Chauí disse que só se pode destruir o sistema de dentro dele mesmo. Acho que ela está certa. O problema é que, não raro, quando algum “rebelde” consegue passar (o que já é praticamente impossível) pelos campos de força ou defesas dessa ameaça alienígena, acaba convertendo-se ao lado escuro da força… sucumbindo à tentação de agora poder usufruir da opressão.

Leandro Laube

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