Pode não ser exatamente isso, mas tenho, cá comigo, a convicção de que, por detrás das cortinas, onde nossa percepção não alcança, há muito mais do que a razão pode conceber.
Aquilo que temos por realidade, estou convicto, não deve ir muito além da ilusão. Somos adestrados, desde o nascimento, a aceitar certas coisas como reais e verdadeiras e o resto cai no balde do imaginário, devaneio ou delírio.
As relações sociais são estabelecidas e mantidas de acordo com uma tal realidade, que não pode ser questionada. Quando isto ocorre, de pronto toma-se do balde para aspergir-se as certezas do conhecimento (certezas que, por sinal, mais levantam dúvidas do que clareza).
Até que ponto homens e mulheres não são mais, em um universo absolutamente desconhecido e inimaginável, do que os cupins, sob nossa ótica?
Mas também no universo humano há um algo maior e desconhecido (ao menos da grande maioria), que acaba regendo todas as certezas e ações. Quando algum pensamento lança dúvidas sobre esse sistema, a estratégia é sempre a mesma: desdém, descrédito, desconfiança e destino.
O indivíduo que se levantar contra o estado de coisas merecerá, primeiro, o riso, depois, o ridículo, após, acompanhamento e tratamento de alguma das “ciências da alma” e, por fim, uma triste sorte qualquer.
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