Simplicíssimo

EU A ADMIRO EM TODOS OS LUGARES

Eu a admiro, seminua, enquanto ela se espalha pelos meus lençóis, travesseiros e cama.

Entrelaça suas pernas, coxas, braços, seios, saliva, boca e cabelos em mim, enquanto eu sorrio.


Conversamos por um bom tempo, ela com sono, eu explodindo de tesão, e as bocas se ralam entre si.

Os olhos percorrem e deslizam.

Suavemente, algumas vezes. Outras, com fome e sede. 


Eu beijo, eu mordo, eu chupo, eu lambo. Eu me esbaldo, rosno e peço mais.

Ela ruge de volta e sorri. 


Linda demais, perfeita demais. Mesmo que seja simplesmente ela, e não precise ser perfeita pra mim.

Eu não me canso de procurar gotas de suor pelo seu corpo, de a admirar enquanto dorme, coxas deliciosas enroscadas nas minhas.

Eu a admiro. E rosno mais uma vez.

 

 

No Parque da Aclimação, eu admiro o sol batendo nas águas do lago. Ao longe, pássaros mancham os prédios cinzas de borrões multicoloridos.
 
Eu olho, enquanto ela aninha a cabeça no meu colo. Minha mão desliza por seu ventre, para dentro de sua bermuda e interrompo o movimento pouco acima de uma tira de renda. Deslizo meus dedos, suavemente; ela sorri. 
 
Verão no parque, em São Paulo. Calor em todo lugar, seco demais. 
 
Ela transpira e beijo o seu suor, nas costas, no rosto, nos braços. Ela se levanta e encosta a cabeça em meu peito.
 
Me calo, porque ela é bonita demais. E estou apaixonado.

Thiago Fuschini

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