Caio de joelhos ao chão batido
abatido, arrasado, pleno.
Ergo meus olhos, meu coração
no chão, abro o jogo e conto a verdade.
Toda oração é manifesto; toda oração é poema.
Pedido, súplica, agradecimento e comemoração
e tenho muito a dizer.
Ah, se ao menos, eu aprendesse a contar a verdade!
O ouvinte ouve, lê meus pensamentos
sabe da primeira palavra antes que eu aprenda como começar
e sabe quando encerro, antes que meus olhos ardam de tanto chorar.
De alegria ou de tristeza?
A cada dia, uma palavra gravada e impossível de ser esquecida.
Tatuado na pele, marcado nos olhos. Impresso na boca.
Toda oração é verdade; toda oração é coração.
Aberto, feliz, radiante, esmagado, triste e conturbado
diferente, como a cada dia
renovado, como eu mesmo.
No chão, é um novo eu que se ajoelha,
um estranho que entrelaça as mãos e fecha seus olhos.
Sou o mesmo, ainda que diferente. Quase irreconhecível.
Toda oração é verdade.
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