O menino está na praia, antes andava comigo me levando de mãos dadas sorrindo a atravessar a rua.
Seu corpo vermelho, branco demais bronzeado foge da vírgula que me atormenta um minuto que se estende por milhões de outros no tempo que não se esvai não termina e nem se dobra.
O menino brinca com o mar a areia a praia e ergue sua alegria aos céus transformada em uma chuva de gotículas de água salgada espalhadas pelo vento.
Ele brinca alegre em meio às ondas de um mar verde que o abraça, o engole e o devolve.
Sua mãe a mulher que eu amo admira orgulhosa a criança brincando grávida de beijos amor e carinho. Ela sorri e seus maravilhosos azuis refletem o céu e a alegria de um momento único.
O menino chama por sua mãe sorrindo e os dois brincam por um segundo com a areia fuliginosa e cinza de novembro.
O menino lança aos céus uma chuva que chove gotículas salgadas vindas do mar que se espalham ao vento uma pequena sinfonia de natureza e felicidade.
– pequena? só para mim, que sou velho e triste demais para amar o mar o céu e a praia como uma criança de nove anos.
Quatro anos atrás, escrevi estas linhas. O tempo passa e as coisas mudam.
Hoje, o amor se transformou em saudade.
E o menino cresceu.
Creio em segundas chances, recomeços e renascimentos.
E aprendi a acreditar em dolorosas saudades, sem esperança.
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