Sobre a coisa em si, melhor nem falar. Aquela estória de calar sobre o que não se pode falar até que cai bem. O imponderável fóton e a empoderável musa dividem a mesma essência. Pobres de nós, não resistimos à consciência de nosso próprio fim. De diversão em diversão vamos negando a morte, cortejando o poder dos césares e debochando da letalidade das víboras. Das distrações que nos iludem (quanto) à vida, a música é a mais eficaz. O amor vem em segundo. Em terceiro, Schumacher. Em último, bom, todos sabemos quem vem em último. Dos torpores, o álcool. Admirável tentativa de esquecimento da coisa em si. Depois, todos os outros torpores. Nenhum deles, entretanto, resolve o peso da consciência, quando e se ela existe. Plâncton, plectro. Bob Sponja a fluir inexpugnável na Fenda do Biquíni. Falando sem subterfúgios, e já que não fiz isto antes, desejo um magnífico ano a todos, muitos corações palpitando de amores por toda a parte, a vida nos enchendo de plenitude e transbordando dos poros de cada companheiro de jornada. Tomem muitas resoluções e as cumpram, mas apenas depois de colher uma flor, escrever um poema, e declamá-lo ao seu amor. Isto vale especialmente aos cavalheiros: sejam gentis com as moças! As Damas imperam, no xadrez e na vida. Nós somos meros peões.
Abraços,
Luiz Eduardo
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