Simplicíssimo

Bolsa-Viagra Federal

 

Bolsa-Viagra Federal

 

Inúmeros programas sociais foram lançados ao longo do presente governo, os quais, sem dúvida, se nos foram de incontestável utilidade. Sou grato pelo Fome Zero. Sou grato pelo bolsa-família, pelo sistema de cotas e pelo desvio do Velho Chico. De outros desvios, evitarei falar. Na saúde contamos com programas de atenção a hipertensos, gestantes, diabéticos, idosos, entre outros. Criou-se o programa de saúde da família. Sabe-se que alguns destes foram criados pelo antecessor, mas o atual prócer da república os ampliou consideravelmente.  

 

 

O idoso conquistou uma série de direitos nos últimos anos. Para citar apenas um, temos o maravilhoso direito de usar cartões magnéticos e caixas eletrônicos para sacar os polpudos proventos. Também todo o brasileiro acima de 60 anos conquistou o direito de não morrer de gripe no inverno, já que hoje em dia pode ser vacinado no meio do outono.  

 

Então não exagero nem um pouquinho ao me preocupar com uma questão que envolve tanto aspectos sociais, quanto de saúde: a retomada da potência sexual do idoso. Mediante um programa de fornecimento mensal de Viagra, uma medida singela, estaríamos salvaguardando o nosso futuro, bem como o presente de nossos avôs.  

 

Chega de piadinhas socialmente excludentes, tais quais “a pipa do vovô não sobe mais (…)”. A assim chamada “paumolescência” não mais obscureceria o crepúsculo da vida. O programa Bolsa-Viagra Federal re-insere os homens da melhor idade no melhor da vida. 

 

Como se daria a distribuição? Simples, a tecnologia para isso já existe. Basta apor, nos caixas eletrônicos da Nossa Caixa, reservatórios semelhante àqueles que guardam doces redondos e coloridos. O cidadão, de posse de seu Cartão-Viagra, se dirige ao caixa eletrônico, desliza o mesmo pela fenda, digita a senha numérica, a de letras, repete a operação para confirmar e pronto! De um orifício inferior ao que dispensa dinheiro caem os dois preciosos comprimidos.  

 

Sim, meus senhores, o programa teria os seus limites: duas fodas de qualidade por mês. E mais importante, uma equipe altamente treinada precisa fazer a triagem dos casos. Apenas homens acima de 60 anos, comprovadamente impotentes, podem participar do programa. Isto evitaria o uso indevido dos recursos do SUS. 

 

As contra-indicações também devem ser triadas, mas o essencial mesmo é comprovar a impotência. Já temos testes confiáveis em desenvolvimento, entre os quais o da “Ereção Evocada por Sheila-Carvalho”, do Sexual Health Institute of New Hampshire. 

 

Senhores, asseguro-lhes de que a idéia, apesar de simples, não é tacanha, depende apenas da vontade política de nossos governantes. E como nosso presidente quer se reeleger, não imagino momento mais propício do que este ano de ereções, ã, eleições. 

 

Vamos apresentar o projeto ao congresso nacional. O futuro sexual de nós outros e de nossos filhos, bem como o presente sexual de nossos papais e vovôs só depende de nós. “Depende de nós, quem já é ou será impotente”, assim falava a canção. 

 

 

 

Luiz Eduardo Ulrich

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