A arqueologia da história, a tive lendo o processo judicial. Excertos do mesmo, é verdade, mas agradeço aos céus quando o judiciário tem a boa vontade de me mandar informações.
Antes de morar com a tia, a menina morava com o pai e a madrasta. Mas não foi o pai que estuprou a criança, porque nos meses em que ela esteve em sua casa, ele estava na cadeia, cumprindo mansamente sua pena por roubo e tentativa de assassinato. Não, não houve estupro, lá a menina apenas era espancada pela madrasta. Nada mais.
Antes ainda, a pequena criatura morava com seu meio-irmãozinho, a mamãe e o padrasto. Lá sim, à noite, quando a mãe estava na cozinha, a mocinha e seu meio-irmãozinho subiam ao quarto “para brincar”. E o padrasto sempre ia atrás dos dois. O ritual se repetiu diariamente por anos a fio. A descrição da cópula foi dada pela menina de forma bastante clara. Havia também as ameaças que o padrasto fazia, caso ela contasse à mãe.
Interrogado, o padrasto negou tudo. Na verdade, nem está morando mais com a mãe da vítima, está casado com outra mulher. Um homem inocente ao extremo. Nada sabe, nada viu, nada fez.
Ainda devemos agradecer, agradecer porque a jovenzinha não engravidou. Estranho constatar que poderia ter sido pior. Como se algo houvesse de pior.
Em casa, ligo a TV para esquecer do assunto. E não é que um bando de rapazes arrastou um guri pela rua, preso ao carro que dirigiam, por sete quilômetros. Esfolaram o piá até a morte! Morro velho e não vejo tudo.
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