Meu gosto por velharias conciliou-se com a era digital. Com essa brincadeira de mp3, consegui "queimar" o conteúdo de 10 CDs em um único CD de dados. (É, não se diz mais "gravar", o quente mesmo é "queimar"). Pois então, estive "queimando" todo o Cravo Bem-Temperado, os Concertos para Cravo(s), os Brandemburgo, as Suites Orquestrais , enfim, vários anos de trabalho do Sr. J. S. Bach. O cara já era "das antiga" há 200 anos, que dizer agora, quase nem se acha mais cravo para tocar, "neguinho" tem que se virar com piano mesmo.
É legal a visão da lista de reprodução do Cravo, basicamente uma seqüência com todas as tonalidades musicais, devidamente ordenadas, do Dó maior ao Si menor, passando por todos os bemóis e sustenidos. Tem-se uma sensação de totalidade… E mergulhar em cada prelúdio-e-fuga é encontrar-se com distintos microcosmos, cada um com algo de especial, apesar da impressionante unidade orgânica do conjunto. Viva a escala diatônica, outra velharia que me agrada irremediavelmente.
Há velharias, entretanto, que não fazem boa figura. Pois não é que encontraram remédio para queda de cabelo (finasterida) no sangue do Sr. Romário? Mesmo diante da possível suspensão, que pode se estender por quase 1 ano, pasmem (sim, por favor, pasmem), o tampinha cruz-maltino não se considera aposentado. Certa vez disseram de Júnior (não o irmão da Sandy, mas o jogador, craque do Flamengo e da Seleção), por ocasião de seus últimos e brilhantes anos de gramado: "é talvez o mais belo pôr-do-sol da história do futebol". Já se Romário não parar por aqui, temo que talvez venha a se tornar o mais ridículo entardecer jamais protagonizado por um jogador de futebol. Piada-de-casseta-e-planeta-prá-baixo.
Já no Senado Federal Superior da Res-púbica Pederativa do Brasil, instituição de genuína tradição tupi-romana com certificação ISSO 9069, o Senador En-Calheiros trocou sua renúncia por uma absolvição, e conseguiu. Algo nunca antes visto na história desse país. Fato novo! NOVO! Novíssimo como o ano que se aproxima, em que se há de rebaixar o Timão para que ascenda Plutão. Eu disse Plutão.
Por falar nisso, mais um es-cân-da-lo perfuma os corredores do congresso nacional: o enfeite de natal de Clodovil, considerado impróprio e inadequado aos limites da casa:
"O enfeite da discórdia foi feito artesanalmente pelo próprio deputado: um toldo de bambu coberto por folhas secas de imbaúba, árvore nativa da Mata Atlântica, pintado de dourado e verde, seguindo o estilo barroco. Luzinhas pisca-piscas completam o arranjo que ocupa as duas portas do gabinete, em um comprimento estimado de três metros. As duas portas também foram revestidas com painéis de vinil nas cores verde e amarelo com os desejos de "Feliz Natal" e "Feliz Ano Novo". A assessoria de Clodovil informou que o deputado levou um mês para confeccionar o arranjo e que a instalação do enfeite foi autorizada pelo departamento técnico da Casa. Clodovil está de licença médica, se recuperando em São Paulo de uma crise de hipertensão, e deverá voltar a Brasília na próxima semana". (o texto é de uma agência de notícias que não me lembro mais do nome)
Felizmente, esta obra "barroca" não pode ser convertida em mp3. Nem tudo está perdido. Vamos a Dubai ver o Romário (não) jogar.
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