Demais a vitória do Sport Club Internacional sobre seu arqui-rival da Azenha, mas cheguei atrasado ao pé do rádio, pois quando pensei que eram quatro da tarde, já eram cinco. Fatalidades que acontecem aos dorminhocos de domingo. Mentira, na verdade estava assistindo o tal do “V for Vendetta”. Preferi assistir o referido filme por causa do prazo de devolução e porque durante a semana ficaria impossível fazê-lo. Interessante. Não que eu vá querer explodir a Granja do Torto por isso, mas vale a reflexão. A opressão alienadora é óbvia num regime totalitário, mas não tão clara em berços esplêndidos como o nosso. Logo, uma resposta mais radical ao regime soaria como um disparate. Na época da ditadura militar se ensaiou alguma coisa como uma revolta armada, mas foi coisa que os militares não tiveram lá muita dificuldade para controlar. Até pra largar o poder, eles foram largando devagarzito no más, como quem vai soltando um torniquete. E assim, ao modo de uma tartaruga bêbada, foi se constituindo a Nova República, sem grandes revoluções. Nossos heróis aqui talvez sejam as donas de casa, que chamavam a SUNAB para fechar supermercados que sabotavam o congelamento de preços do Plano Cruzado. Eram as(os) “fiscais do presidente”. Era lindo de ver, o supermercado sendo fechado ao som do Hino Nacional Brasileiro, cantado de improviso, mas com muito orgulho, pelos populares. Não podendo aumentar os preços, os comerciantes esconderam seus estoques, convidando o governo a uma das quedas de braço mais imbecis da História Universal. Quem é daquele tempo lembra da ridícula falta de sal nas prateleiras (foi quando eu conheci o glutamato monossódico, eca!). A Zero Hora da época divulgou um distintivo com um generoso bigode sarneysiano e os dizeres “eu sou fiscal do presidente”. Não era nada assim, digamos, "parecido" com as máscaras que o terrorista "V" distribuiu ao povo de Londres. Buenas, o papo tá bom, mas já é hora de ir puxar um ronco. Rafael, congela minha coluna, vou entrar em férias dia 10 e só retomo o contato com a torre dia 27/11.
Abraços e até a volta,
Luiz Eduardo
Comente!