O Chirín-chirión do Diabo
Apreciando a mini-entrevista do sociólogo venezuelano Carlos Sabino à ZH (04/04/06), gargalhei. O que me divertiu foi saber que alguns venezuelanos pensam que Lula está se aproveitando de Chávez para obter acordos vantajosos, por exemplo, “bons contratos de energia”. Diz o sociólogo: “(…) Chávez está um pouco isolado, necessita de alguém que o torne mais apresentável. (…) Lula é muito vivo a favor do Brasil, mas contra a Venezuela (…)”.
Eis uma bela peça! Nosso presidente não se satisfaz só de cortar na carne de seu próprio povo. Anda de olho na picanha dos vizinhos. O alcoólatra em recuperação número 1 da nação é o ser ungido com a tarefa de tornar Chávez mais “apresentável”. Há-há! Há-há-há!
Deus do céu. Espero sinceramente que o ponto de vista do sociólogo seja um exagero. Crê ele também que os presidentes “populistas” latinos não vão cumprir suas promessas, não vão querer sair e poderão usar as forças armadas para garantir o democrático direito de usufruir de suas nações.
Cenário interessante. Os anos 60 de volta com uma nova roupagem, mais esquerdista, Genoinamente proletária. Uaaaaaaau!
Quem lembrar do “Chirín-chirión do Diabo”, instrumento mágico inventado pelos roteiristas do Chapolin nos anos 70, talvez deseje ter esse artefato nas mãos, hoje mais que nunca. Na antológica adaptação chapolinesca do mito do Fausto, o protagonista dizia “chirín” para que as coisas aparecessem e “chirión” para que desaparecessem.
Já pensaram que bom? “Presidente demagogo e corrupto, chirión! Chefe da Casa Civil Honesto, chirín! Deputados desonestos chirión!”, e por aí vai… Só não deixem a varinha cair nas mãos do Sarney, por favor.
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Tenho visto alguns relatos utopistas, clássicos e novidades, uns muito bons, outros marcadamente pavorosos. Acho sempre delicado falar em sociedade ideal. Na verdade, cada um tem a sua utopia. Claro, há aquelas mais bem assentadas e jeitosinhas, dá até pra tentar implementá-las sem risco de errar muito. Ainda assim a coisa é perigosa quando se pensa em mudanças radicais.
A evolução das relações pelo estabelecimento de consensos entre seres justos, bons e serenamente altruístas é bem mais interessante. Só que ainda temos poucos desses seres circulando pelo mundo. Logo, meus caros, a coisa vai levar ainda alguns milhares de anos.
Se nos auto-destruirmos antes, tudo jóia! Estou certo de que alguma espécie inteligente nova vai surgir pra tentar o que não conseguirmos. Dá tempo: o sol leva ainda uns 5 a 10 bilhões de anos pra morrer. Até lá vai rolar muita coisa.
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