Pois faz dois anos que Davi, 15 anos e Jônatas, 14 anos, estudam com os pais Cléber e Bernardete em casa. Ao todo, estudam em média seis horas por dia. Os meninos aprendem retórica, dialética e gramática, aritmética, geometria, astronomia, música e duas línguas estrangeiras -inglês e hebraico.
EU VOU REPETIR: Os meninos aprendem retórica, dialética e gramática, aritmética, geometria, astronomia, música e duas línguas estrangeiras -inglês e hebraico.
Tá ruim, mas tá bom, né? A escola pública mais perto da casa do Sr ou Sra leitores tem condições de dar a mesma grade de matérias ao seu filho? O quê!! Algum leitor mais detalhista achou falta de história, geografia, química, física, e outros que tais? Talvez tenha sido falha de minhas fontes. Certamente que os pais ensinam isso para os filhos (ou eles mesmos estão já aprendendo sozinhos, o que convenhamos já seria por demais fantástico): não fosse assim, não teria acontecido o seguinte:
Os dois adolescentes de Timóteo (216 km de Belo Horizonte) que deixaram a escola há dois anos –e estão sendo ensinados pelos pais em casa- foram aprovados no conjunto de provas determinadas pela Justiça para avaliar se o conhecimento deles é compatível com o de alunos matriculados no ensino regular. Davi, 15, e Jônatas, 14, tiraram notas médias de 68 e 65, respectivamente, em oito disciplinas- português, inglês, matemática, ciências, geografia, história, arte e educação física. A nota mínima para serem aprovados era 60. (…)"Achei que foi uma avaliação injusta por estar muito acima do nível exigido dos estudantes brasileiros. A prova de matemática continha questões retiradas de vestibulares da UFMG, Fuvest, PUC e Enem", diz o pai, Cleber Nunes." Gostaria muito que essas mesmas provas fossem aplicadas para alunos da rede pública e privada. Além disso, recebemos a listagem com as matérias com apenas uma semana de antecedência", acrescenta.
Antes das provas, a Secretaria de Estado da Educação havia informado que elas foram elaboradas por 16 professores e tinham testes dissertativos e de livre escolha de conhecimentos gerais e de conteúdos curriculares compatíveis com a idade e referentes às sétima e oitava séries do ensino fundamental.
Cléber Nunes afirma que o ensino de seus filhos desenvolvido em casa é tão eficiente que, no início deste ano, eles prestaram o vestibular na Fadipa (Faculdade de Direito de Ipatinga), escola particular da região, e foram aprovados em 7º e 13º lugar. O resultado virou peça de defesa no processo.
Vejamos os apuros desses pais negligentes com os homens da lei, da tutela e da mortandela:
"Cléber e Bernadeth Nunes respondem a processos nas áreas cível e criminal -se condenados, podem perder a guarda dos filhos. Ontem, na audiência do processo criminal movido contra eles, por abandono intelectual, o juiz Ronaldo Batista ouviu Davi, 15, e Jônatas, 14, que garantiram não terem sido obrigados pelos pais a deixarem a escola"Cléber e Bernadeth respondem também a uma ação cível por infringir o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que já resultou em uma condenação: pagamento de multa de 12 salários mínimos e obrigação de rematricular os filhos. O casal recorreu da decisão. Os Nunes foram denunciados ao Conselho Tutelar em 2007 por um morador da cidade. "Vamos lutar até as últimas conseqüências pelo direito de educar nossos filhos", diz Nunes, que tem uma filha de 1 ano.
O pai dos meninos é condenado pela justiça por reagir a uma situação óbvia com absoluta racionalidade e preocupação com o bem-estar dos filhos:
"Podemos fazer muito mais por eles do que o ensino que estavam recebendo na escola pública. Todo mundo sabe que a escola brasileira vive uma deficiência crônica", afirma Nunes. O Ministério Público diz que o casal violou princípios constitucionais e contrariou o Código Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que exigem matrícula no ensino formal.
Eu digo o que são: leis que estão mais preocupadas em formar uma massa de macaquinhos amestrados e dóceis aos princípios do regime político vigente. As crianças precisam estar na escola para serem adestradas segundo a ideologia do MEC. Precisam incentivar seus pais a aprovarem o presidente Lula na próxima pesquisa do IBOPE. É por isso que, do ponto de vista dessa ratatulha, e com o amparo da lei, é mais grave que o Sr ou Sra tirem seus filhos da escola e é menos grave se o Sr ou a Sra forem monstros que estupram ou espancam os seus filhos, ou deixam-nos à mercê das drogas, ou da ideação suicida.
SOCORRAM-ME, O MUNDO TORNOU-SE UM ARREMEDO MEFISTOFÉLICO, UM IMPÉRIO DOS IMBECIS!
Senão, vejamos:
Para a educadora Guiomar Namo de Mello, que já foi secretária municipal de Educação em São Paulo e membro do Conselho Nacional de Educação, a escola não é necessária apenas pelo conhecimento que transmite, mas pelo contexto no qual ele é transmitido. "É fundamental que a criança constitua conhecimentos, que ela aprenda a negociá-los, a compartilhá-los. A família pode fornecer condições de socialização de outras formas, mas o difícil é ter esse contexto de sala de aula, de coletivo."
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