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Obesidade infantil: nós somos os responsáveis

Obesidade infantil: nós somos os responsáveis

   

     Assim como a nicotina, o açúcar e as gorduras viciam. Quem tem problemas para controlar seu peso e sua alimentação sabe (e sente) o que estou falando. E as grandes cadeias de fast food se aproveitam da situação para vender.

    Seus alimentos basicamente constituem-se de altos teores de sacarose, amido, gorduras e pouca coisa mais que isso. O slogan "amo muito tudo isso" representa a dura realidade com uma precisão que o publicitário dificilmente poria de forma mais clara.

    O vício se confunde com o amor, em algumas famílias até mesmo o substitui. Mais fácil e prático que gastar algumas horas brincando e conversando com um filho é deixá-lo à mercê dos vícios lícitos. TV, games, internet e alimentos altamente calóricos muitas vezes compensam a falta de afeto, ou de interesse dos pais.

  Claro, dá trabalho proibir as coisas aos filhos, especialmente porque a publicidade é muito hábil. Ligar umas porcarias alimentícias ao sentimento de amor é covardia. Alguns pais podem até sentir culpa de negarem aos seus filhos o acesso ao prazer imediato do Mc Donalds. Podem se achar malvados. O mesmo, evidentemente, vale para os vícios eletrônicos.

    Falta visão de longo alcance. Falta ligar os pontinhos. O menino obeso talvez morra de enfarto aos 35 anos. Ou talvez tenha uma perna amputada aos 50, em decorrência de um diabete não controlado. Mas controlar como se, desde pequenininho, esse ser viveu assim, aprendendo dos pais e do meio que o jeito certo de se alimentar e se relacionar com o mundo era esse?

   Como alguém que tem o consumo de açúcar e gordura associado às suas lembranças mais primitivas vai, de uma hora pra outra, abandonar a sua maior fonte de prazer e de compensação, o "isso" que ele ou ela "ama muito".

   Não pretendo ramificar o assunto, mas poderíamos fazê-lo. Por exemplo, a falta de interesse e de ensino de limites por parte dos pais pode levar a outros vícios e comportamentos potencialmente prejudiciais à vida dos filhos e de outros que os encontrem pela vida afora.

    Prazer é uma maravilha, mas prazer imediato e ilimitado não existe, e nós não temos o direito de criar nossas crianças alimentando (literalmente) esta fantasia. Não sigamos o embalo da mídia. Os maiores presentes que podemos dar a nossas crianças são, em primeiro lugar o amor, em segundo, a noção de limites. Tudo o mais é subsdiário destes dois.

    E não há brinquedo, game, internet ou alimento que os substitua. Não mesmo. Associar o Mc Donald’s ao amor é uma farsa que ofende o bom senso.

Luiz Eduardo Ulrich

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