Estava eu aqui tentando recordar os piores momentos de 2008, e tantos houve, mas nada aos meus olhos e ouvidos tanto horrorizou quanto ouvir Roberto Justus estragando "I´ve Got You Under my Skin" em rede nacional, com um estúpido coral ao fundo, aplaudido de pé pelo Jô-Soares-Onze-E-Meia. A insônia é realmente uma praga.
Poderia eu àquelas horas estar tranquilamente sonhando com uma bruxa malvada, ou uma lula-sem-cabeça, mas não! Ah! A insônia é o inferno, e Justus é seu arauto! Para se ter uma idéia de quão ruim a coisa foi, basta citar que nos momentos supostamente mais emocionantes da imortal canção de Gershwin, aqueles em que a voz do cantor deve se impor bravamente, em notas prolongadas e potentes, as mesmas que justificam a fama de Sinatra, pois nesses momentos decisivos a voz do Grande Justus se apagava, providencialmente abafada por salvadores agudos do coral feminino, cuja função só então compreendi. Pior que aquilo só o comprimento da frase anterior.
Desculpem, mas a insônia tolhe minhas habilidades de edição, as idéias ficam como que zipadas. Tão zipadas que me permitem assistir a horrores daquela monta. Após o indigesto banquete, nada mais justus que uma bela gastrite. À pirose segue-se o omeprazol e a este, afinal, o lençol. Lá vou eu desfrutar do sono dos justus. Odeio insônia.
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