Tratamentos Alternativos e Depressão
Os pacientes perguntam bastante se um dia poderão parar de tomar seus antidepressivos. Alguns até tentam parar o tratamento por conta própria, o que às vezes provoca recaídas. O fato é que os casos mais graves sempre precisarão utilizar remédios para manter a Depressão sob controle, pois ela é uma doença tão crônica quanto o Diabete ou a Pressão Alta. Quem já teve 3 ou mais crises depressivas na vida tem 90% de chance de ter uma recaída, caso interrompa a medicação.
Os casos leves a moderados, porém, que são a maioria, podem melhorar e se manter bem com o auxílio de uma série de medidas não-medicamentosas. São formas de tratar a Depressão que podem melhorar o efeito dos remédios ou mesmo substituí-los.
O tratamento psicológico, em especial a Terapia Cognitiva e a Terapia Interpessoal, pode aumentar as chances de a pessoa ficar bem, mesmo após a retirada gradual da medicação. A terapia também pode permitir que a pessoa melhore com doses menores dos remédios. Em casos leves a moderados, bem como em alguns casos crônicos, a terapia chega a ser eficaz como primeira escolha, mesmo sem o auxílio de medicamentos.
Outra forma de tratamento complementar é o exercício físico: 30 minutos de caminhada, 3 vezes por semana, exercem um efeito antidepressivo que costuma aparecer após 12 semanas de prática; a continuação do exercício físico a longo prazo comprovadamente diminui o risco de recaída, após a retirada gradual da medicação.
Cuidados com a dieta também desempenham um papel importante. Pessoas que comem mais alimentos ricos em Ômega 3, por exemplo, tem menores taxas de depressão. Encontramos o Ômega 3 em alguns peixes, como o salmão e a sardinha, bem como no azeite de oliva. Alguns pacientes têm sido tratados com suplementos à base de Ômega 3, com resultados animadores. O controle do açúcar e das gorduras, bem como o consumo diário de legumes e verduras, também são importantes. Algumas vitaminas do complexo B, além do ácido fólico, têm se mostrado úteis em alguns casos.
Por fim, vale lembrar que remédios à base de ervas podem ser eficazes, mas requerem cuidados especiais. O Hipérico, por exemplo, é um extrato da Erva-de-São João, o qual tem propriedades antidepressivas muito parecidas com as da fluoxetina. Chega a ser usado como primeira opção de tratamento em alguns países, como a Alemanha, para os casos leves a moderados. Porém, se o Hipérico for misturado com outros antidepressivos, pode provocar uma reação orgânica grave, por excesso de serotonina no cérebro.
Existem muitas opções de tratamento para a depressão, além dos medicamentos. Mas quando for optar por alguma delas, discuta abertamente o assunto com seu médico ou seu psiquiatra. Eles podem lhe ajudar a tomar uma decisão mais sintonizada com o que você precisa e, ao mesmo tempo, mais próxima de suas preferências pessoais.
Comente!