"– Utopia […] ella está en el horizonte. Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. Por mucho que yo camine, nunca la alcanzaré. Para que sirve la utopia? Para eso sirve: para caminar."
Eduardo Galeano
Pode alguém professar afinidade com ideais anarquistas e libertários e fazer um encontro com amigos em uma padaria no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre? E pode esse alguém criticar o consumo exagerado e comprar uma árvore de natal sintética (provavelmente feita na China ou com algum material de lá) no shopping Iguatemi? E pode alguém que critica o irracional sistema de transportes e a poluição causada por viagens de avião usar um destes, pelo menos uma ou duas vezes ao ano? E pode alguém que critica o imperialismo e a dominação de corporações que exploram seus funcionários tomar café da manhã tomando Coca-cola, por preguiça de fazer um café com leite?
Onde está o limite que nos faz o que somos – ou dizemos/pensamos ser? Em que ponto (in)exato nossas contradições acabam com nossos ideais, nossos atos nos transformam em uma farsa de nós mesmos?
Tudo que sei é que a vida é Um Processo, e que caminhamos para o horizonte que construímos. A distância que nos afasta dele faz muitas pessoas desistirem ou perecerem pelo caminho. Outros tropeçam, tiram a poeira, coletam algumas "maçãzinhas de energia" ou umas "moedinhas" (tipo em jogos como Mario Bros e Sonic the Hedgehog) e seguem caminhando.
Posso não estar cavalgando na coerência, mas tenho certeza que continuo caminhando…
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