Bola de couro espalmou no estômago. Baque surdo do desencanto.
O riso coletivo esbofeteou meus ouvidos.
A menina suja de dentes amarelos possuia a força das ruas.
Meu cheiro urbano e bem tratado, cusava náuseas à enfraquecidos meninos esquálidos.
No campo de terra ficou um pé de sapato de marca.
O vestido de griffe manchou de raiva passiva.
O jogo acabou. A bola hiperusada foi recolhida.
A mágua ficou escondida.
Rustida vergonha infantil permaneceu.
Na carne a dor.
Na mente adulta a cura em divãs.
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