Conto a história de uma inusitada bailarina, cheia de passos surpreendentes. Certa vez, superou a própria imaginação. O chão de gelo em que patinava, dançando com fitas coloridas ao vento, rasgara-se sob seus pés. Abrira-se, simples e repentino, sem avisar, em plena sincronia com seus passos de dança. Ela, por acaso, tinha dado seu passo ali no instante anterior, e, na leveza sua, já deslizava pelo ar. Foi quando, sorrindo, pegou algo no bolso de seu belo uniforme, era agulha e linha branca, que sempre carregava consigo para algum eventual acidente no vestido branco e azul. Mirou o rasgo no chão e lá se pôs a costurar o gelo. Em poucos segundos, o público teve seu espetáculo de volta.
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