Simplicíssimo

A menina-moça

Não deveria fazer poesia
Não faço poesia
A poesia é que me faz, é que faz.
A poesia é
Não deixe de ver
Ela é Dama
Cortejada por muitos
Conquistada por poucos
Escreva e não nomeie
Não se sinta no direito
Manchar o bom nome da Moça
Mas estas coisas não se deveriam
Nem pensar e nem fazer
Mas nem mesmo os antigos
Os clássicos renascidos trovadores
Barrocos parnasianos adornadores
Moderninhos, despojados engajados
Nem mesmo eles puderam
Há tempo buscam
Quando isso acaba?
Quem diz deflorar a experiente virgem
Nem dos vermelhos lábios achegou-se
Qual imagem perseguir?
(dizem que ela move o mundo)

Marcos Pedroso

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