Simplicíssimo

Bad Obssession

Um horário. Um dia. Uma falta. Passando na rua. Tudo cedo. Cedo demais, tarde demais. Não durmo mais. Me ocupo em tudo que é possível desocupando pensamentos. Tento me manter além de qualquer forma de visão que possa me fazer regredir ou transgredir regras por mim impostas. Todo dia, novo dia, mais um dia. Tudo passa. Sempre passa. Pode demorar, mas chega ao fim e no fim nem vou saber que haverá terminado. Me darei conta anos depois, séculos depois, milhões de pensamentos e sonhos depois. E então tudo o que hoje acontece vai estar lá guardado no baú de recordações. Tipo Mário Quintana.

***

Tudo o que sempre pedi foi paz. Não a paz mundial por que essa é utopia. Mas paz de espírito, paz no coração. A paz de ter calma nas decisões, a paz de saber contemplar os momentos. Tudo que sempre quis foi paz. A paz de um abraço, dos teus braços, de um amanhecer, de um domingo completo, de um dia chegando ao final completo. Eu procuro essa paz incansavelmente. Faz tempo que tento achá-la nas frestas, em alguma ligação, algum convite. Mas creio que ela não deve ser procurada. Que minha procura tem sido em vão. Que quanto mais eu procurar mais não vou tê-la. Mais ela escapa. Mais distante ela se coloca. Parece que aos poucos ela se aproxima de mim. Quando? Não sei. Espero que seja logo. Por que a busca está se tornando cansativa. A espera mais ainda.

***

Nada nessa vida é por acaso.
Mas nada mesmo.
Deu errado aqui?
Logo ali o erro vai ter seu porquê.
É o velho clichê: aqui se faz, aqui se paga.
Eu já disse vou pro inferno?
Vou mesmo.
O céu deve ser um marasmo…
A dúvida é o preço da pureza.
Eu não tenho dúvida
Tenho receio.
Que receio nada!
Vai e faz!
Amanhã a gente vê…
Festa no meu apê.

Lenne (somente Lenne)

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