Meu pai tinha o costume de trazer seus amigos para almoçar com a nossa família. Triste era quando o vovô, querendo cativar as visitas, começava a contar as suas velhas piadas, as mesmas de sempre.
Repetidas vezes, em meio a uma piada, acontecia de lhe falhar a memória. E como eu soubesse todas de cor, nessas ocasiões cabia a mim socorrê-lo, fornecendo-lhe os componentes esquecidos.
No final, todos riam das piadas do vovô. Riso frouxo, forçado, fingido.
Riam por piedade. Só eu tinha vontade de chorar.
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