Caminhava pelo Calçadão de Londrina.
Super-lotado.
De repente, o pavor.
Achou que iria escorregar.
Que os prédios cairíam sobre ele.
Primeiro, sentou.
Depois, deitou no chão.
Suava. Tremia. Obrava na roupa. Ouvia
as pessoas falarem, como num sonho:
– Tá bêbado…
– Ataque?
– Derrame na certa…
Era véspera de Natal.
Um mendigo deixou ao seu lado um frasco de álcool.
Uma prostituta, seu cartão.
Um catador de papel, um
jornal do mês passado.
Alguém pôs fogo no jornal.
Ninguém acudiu.
A explosão não deixou.
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