Na última edição (311), o Eduardo temperou o editorial com umas pitadas de gramatiquês com os termos ambos e ambivalência. E não se ‘estancou por ali’ (como se ouve no espetáculo Tangos e Tragédias): nos bastidores, ele e a professora/simplileitora Débora Prestes costuraram o assunto nessa conversa pelo MSN:
_ Eduardo, ‘ambivalência’ tem um sentido de oposição; ‘ambos’ tem um sentido de soma. Ambos e ambivalência não têm a mesma idéia ou melhor… não tem a mesma idéia (acho q não me acostumarei com TEM e IDEIA sem acento… isso me abala!!!!!!)
_ Então Débora, eu posso estar ambivalente com ambas?
_ Ambivalente se ambas forem opostas entre si!
_ Sim, mas o raciocínio proposto não é das duas terem o mesmo sentido. É de, por serem parecidas na pronúncia, também se parecerem por não serem aplicáveis a mais de dois itens. Elas tem a mesma ideia, embora significados opostos. Ou seja, ‘ambas’ e ‘ambivalência’ são ambas iguais e ambivalentes.
_ Sim, mas acho que se o problema no vestibular for entre A e B não pode se falar em ambivalência, salvo se ambas as alternativas forem opostas entre si…
_ Mas se A e B fossem iguais… não se teria dúvida…
_ Bom Eduardo, a ambivalência talvez não esteja entre o que está escrito nas alternativas… mas na dúvida que elas ensejam: certo X errado…
_ Exato Débora, aí temos situações opostas. Pegaste o sentido. Assim como eu poderia sim ter usado AMBAS para as quatro opções, desde que não citasse o numeral quatro e estivesse me referindo às situações do zine e as fora dele.
_ Sim, em dois grupos = ambos (ambas as situações)! Mas confesso q “ambas as 4” foi difícil de passar pelo meu crivo revisor – rsssssss – só pela licença poética!
_ Não tem a ver com licença poética. Tem a ver com erro proposital.
_ Mas Eduardo, erro proposital é a tal da licença poética, homem! Eu acho que eles chamam de licença pra ficar mais bonito, mas creio que os grandes escritores erram de propósito. Pelo menos acredito nisso para não diminuir a genialidade… queria ver Eles unificarem esse tipo de expressão e interpretação!!!!!
_ Vai saber… Mas acho que não é a mesma coisa. Na licença poética você usa o erro proposital pra dar um toque poético na rima, métrica ou estilo. Aqui não. É pra mostrar o erro mesmo.
_ É, confesso que teu erro proposital faz o leitor parar e reler o parágrafo. Então, causou um efeito… nada poético, mas que dentro do contexto deixa o leitor pensando: quais são as quatro mesmo?
_ Esse papo é bem cabeça (ou sem pé nem cabeça – rsrsrs). Se você não comentar lá no Simplicíssimo acho que vou colocá-lo num texto semana que vem. Copio e colo nosso diálogo . O que achas?
_ Ok! Copia e cola… autorizo ambas as ações!!!!!!
_ ai ai ai…
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Para saber mais:
– Texto causador do papo : http://www.simplicissimo.com.br/content/view/3083/
– Sobre “licença poética”: http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/L/licenca_poetica.htm
– Ambos e ambivalência: vai procurar no dicionário!
‘Brincar é preciso!‘
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