Simplicíssimo

O Presente

Chegou para a festa animado, como era de se esperar. Já fazia um ano que não tinha um evento como aquele. Todo de branco, da cueca à sandália, mais parecia um pai de santo, mas fazia parte da parafernália. Amigos à volta, um espumante gelado debaixo do braço, sorriso no rosto e muita esperança após o nostálgico momento de retrospectivas. Hora de virar a página, hora do presente. Recebeu o seu com recomendações de só abrir após a meia-noite. Resolveu seguir à risca. Em meio a tanta mandinga, melhor não arriscar. Vai que faça diferença. O pacote prometia. Bonita embalagem, papel brilhoso colorido, fita e laço decorando. Observou o tamanho, sentiu o peso e chacoalhou com cuidado para não quebrar. Podia ser frágil, nunca se sabe o que vem por aí. Mas nada, nem barulho, nada. A curiosidade começou a crescer. Entre os vários estratagemas mirabolantes, nenhum que lhe parecesse adequado. 23:58, 23:59, meia-noite! Fogos para todos os lados, coisa muito linda, rolhas ao céu estrelado acertando cabeças na volta, respingos de bebida borbulhante, gente eufórica pulando e gritando. Encheu-se de palpitações a transbordar pela boca. Com as pernas bambas e de forma estabanada, foi rasgando logo o papel para chegar direto ao ponto. Dane-se disse. E aberto o presente, deparou-se com o que já sabia. Ganhara um Ano Novo.

Eduardo H. Sabbi e Ibbas Filho

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