– Alô Márcio!
– Opa, tudo bem cara?
– Tudo e com você?
– Nem sabe, estou em São Paulo, vim de avião. Mas na hora de pousar ele arremeteu.
– Estava pousando e subiu?
– Sim, chegou na cabeceira da pista e levantou de novo
– Caraca! Imagino o terror.
– O pior é que ficamos 1h sobrevoando Sampa sem ninguém dizer nada.
– Putz,,sério? Nem nada a respeito, nada?
– Aham
– Isso não se faz! Nem as aeromoças apareceram?
– Todo mundo chamava as aeromoças e elas não se levantavam do banco.
– E pousaram assim no seco de novo?
– Sim. O comandante disse que era por causa de vento e chuvas na pista de congonhas…
– Aham sei … que foda cara!
– Pois é. Quando descemos na segunda tentativa a pista estava seca e não tinha chuva. A pergunta que fica: qual foi o real motivo então?
– Bahhhhhhh, isso vai render. Mas vai ver que foi pra pregar uma peça nos passageiros. Causar emoção e tal. Deve ser um pacote novo de “viagem com aventura”.
– Hehehe. Pode até ser, mas quando o avião arremeteu eu me caguei….hehehehe
– Eu também me cagaria. Mas depois cagaria a pau a aeromoça. Por onde ela preferisse.
– Não dava, elas eram lindas, muito gostosas.
– Por isso mesmo meteria o pau sem medo!
– Hehehe. É verdade. Mas deu tudo certo no fim
– Poxa cara não dá pra acreditar q vocês ficaram boiando, digo, voando.
– A real é a seguinte: o céu está um caos. Ninguém sabe de nada, tem muita coisa errada acontecendo e a gente não está sabendo nem da metade.
– Vai ver o piloto achou que a vaga era pequena e foi dar uma volta, procurar outra pra estacionar. Simples!
– Pára senão vou me cagar de rir.
– Te garanto que seria bem melhor que a outra experiência.
– Pois é. Bom preciso desligar. Vou comer alguma coisa agora que estou mais tranqüilo.
– Uma aeromoça?
– Duas, trouxe elas para o hotel.
– Hahaha. Só não vou aí te acompanhar porque tem que voar. Sabe como é né?
—
*Este conto gerou outro, “O Võo Parte II”, de Virgínia Allan, (veja a sequência dos comentários).
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