Na semana passada cursei minha primeira oficina oficial de teatro no TEPA (Teatro Escola de Porto Alegre). Um experiência enriquecedora que, acima de tudo, mostrou-me o quanto esta arte exige ciência e dedicação. A técnica, a liberdade de expressão corporal, a fluidez do sentimento, a criatividade, a capacidade de improvisação, a abstração do concreto e a cumplicidade com os colegas são pontos que precisam ser dominados por completo. Tarefa nada fácil, como em qualquer outra profissão, se você deseja desempenhá-la com sucesso. Realmente, o que vemos sob o ângulo da platéia, acontecendo lá no palco, ao abrir das cortinas, guarda muitos segredos, profundos estudos e árduos suores (aliás, a oficina de verão é quente prá caramba!).
E nesta semana iniciei a segunda oficina. Há uma sensação inicial de que a primeira turma tinha uma sintonia maior, talvez até por ser menor que a atual. Ou porque ainda estamos no começo e minha memória tem gravado aqueles bons momentos da semana anterior. Foi impressionante como 14 desconhecidos formaram um corpo só e alinharam-se com a mesma proposta do aprender e do brincar. Pena que passou voando.
Um novo contato com estranhos e me dou conta de que, mais uma vez, aos poucos vou me surpreendendo com as pessoas e modificando uma primeira impressão. Comecei então a elucubrar algum apontamento de idéia. Ficou tão claro e cheio de sentido a noção de que, no exercício da nossa vida em sociedade, conhecer alguém deve vir sempre antes do julgamento. Senão vejamos: não raro, quando conhecemos bem alguém, o julgamento passa a ser desnecessário e, não raro, quando julgamos alguém sem conhecê-lo direito, acabamos nos enganando. Logicamente que também terão razão os que disserem que julgar nem a nós cabe, mas isto fica para uma outra discussão para não alongar muito este texto. Afinal de contas, já está quase na hora de eu entrar em cena …
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