Simplicíssimo

Acorrentado?

Tentando se esconder de si mesmo ele andava. Tinha plena certeza que tudo aquilo eram alucinações ou um sonho muito indesejado. Era sim tudo fruto de seu inconsciente, como podia? Nunca se sentiu tão consciente. Via-se amarrado por fortes correntes que impediam qualquer movimento. Esforçava-se então até conseguir livrar-se delas. Em seguida foi até aquela parede transparente e com socos conseguiu rasgar tudo aquilo que na verdade era um monte de plásticos. Do lado de fora não conseguia encontrar nada que quisesse ver. Tudo resultou no inesperado. Não sabia o que fazer, voltaria às correntes? Ficaria novamente ali imóvel naquele cubículo? Incríveis questionamentos que iam e viam sincronizados com aquelas badaladas ensurdecedoras de um grande relógio. Em meio a um impulso inexplicável decidia correr pra bem longe dali. Era como se tivesse correndo pela primeira vez em um planeta longínquo no qual mal se poderiam supor as condições de sobrevivência, mas de uma coisa ele tinha certeza: Nada seria parecido com a condição em que se via momentos antes. Até que uma badalada mais forte do relógio finalmente conseguiu acordá-lo para realidade: Felizmente não via correntes, mas por outro lado as paredes não eram de plástico e agora conseguia recordar por que teria ido parar naquela cela.

Frank Santos

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