Descia as escadas correndo, ouvia algumas vozes, parava, não se deixava mostrar, o diálogo era em um tom inédito para ele:
—Carolina, será que você não está vendo que estou de joelhos?
—Para com isso Carlos, não adianta, isso é patético.
Aquele homem então levantava prontamente e seu olhar mudava:
—O quê? Como foi que você falou? Patético? Meu amor é patético para você?
Carolina parava um pouco antes de responder franzindo a testa num olhar que irradiava um enorme sentimento de pena. Já não sabia o que dizer, seus olhos demonstravam querer cair de seu rosto. Carlos observava aquela linda jovem com uma raiva que naquele momento começava a crescer absurdamente. Então, decidido, dizia:
—Você nunca mais vai olhar para mim com esse olhar de pena Carolina, você não tem idéia o quanto é sentir algo tão valioso e vê-la classificar isso de patético.
—Não foi isso que quis di…
Não teve tempo de terminar a frase, com um golpe rápido Carlos cravava-lhe sua machadinha de trabalho. Mostrava-se agora aliviado, mas era surpreendido por um barulho e gritos que pareciam ser de uma criança que corria pra longe dali. Carlos se fazia mais rápido até que finalmente alcançava aquele obeservador fujão. Então lhe dizia:
—Menino, sei que tudo isso pode te traumatizar para sempre, mas nunca deixe ninguém zombar de seus sentimentos. Sei que pode ser que você não entenda nada do que estou falando agora, mas com certeza guardará contigo essa frase. E quando crescer vai poder compreender porque perdi a cabeça. Agora vai para casa e tenta esquecer o que viu. Não quero ser motivo de trauma de ninguém, segue em paz menino.
Assustado, o garoto chegava a casa com um semblante aflito, seu rosto dizia pra quem o visse o quanto estava perdido em tudo o que sentia naquele momento. Sua mãe notando o visível desespero perguntava:
—Que cara é essa, Oscar? O que aconteceu?
—Nada mamãe, nada.
Depois disso aquele menino corria e só parava quando encontrava um caderno o qual começava a rabiscar.
—
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