Ele tinha asas, mas não sabia voar. Era triste, pois olhava em volta e notava que todos de sua espécie sabiam. Pelo menos isso era o que pensava. Uma angústia tomava conta quando via que até aqueles os quais viu nascer já conseguiam dar seus rasantes. Ele então foi ficando retraído, já não tentava mais como antigamente. Começava a se contentar com essa incapacidade. As esperanças iam se diluindo uma a uma. Todas as suas investidas anteriores sempre partiram das mais belas flores que ele tinha achado pelo caminho. Resolveu descansar. Seu descanso poderia até não ter mais fim, mas nessas andanças da vida se deparou com a mais encantadora de todas as flores que já tinha visto um dia. O interessante é que pouco depois percebeu que aquela estava ali já há algum tempinho, apenas não tinha dado a devida atenção. Outras a estavam ofuscando enquanto ela, fechadinha e escondida não conseguia demonstrar toda aquela plenitude de beleza. Então agora ele já estava totalmente tentado a arriscar-se novamente. Esperaria por um dia de sol em que tudo fosse totalmente claro, para pelo menos, acaso fracassasse, aproveitar cada segundo daquele momento.
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