Caminho sem saber pra onde e não sei se subo ou desço. Apenas sinto estar em uma escada. A escuridão prevalece e não me deixa notar direito tudo que percebia antes. Não consigo ver o chão, mas sei que o piso. Não consigo vislumbrar o fim do caminho, mas sei que o sigo, mesmo sem saber onde vai dar. Sem muito ânimo alterno a velocidade de meus passos na esperança de observar alguma mudança, uma doce esperança que vem logo seguida de alguma frustração. O inconveniente do repetitivo se repete em uma freqüência tão chata que me faz imaginar um relógio gigante que badala incessantemente. De repente não me vejo mais ali, apenas me deparo com uma praça onde seu chão de areia é mais que milimetricamente plano, sem pegadas ou sinal de nenhuma visita anterior. Vejo então um balanço, daqueles que crianças adoram brincar. Olhando com mais atenção constato que o seu assento é um pouco mais alto do que o esperado. Com algum esforço consigo me fazer uso dele. Inicio bem devagar primeiramente. Depois paro e tento encontrar sinal de algum outro ser humano. Sem êxito. Penso um pouco e decido balançar mais rápido até encontrar uma seqüência segura. Já cansado me vejo novamente naquela estranha escada imaginária. Só que agora consigo ver um céu azul que não existia mais. Uma calma enorme toma conta de mim. Começo então a ouvir um som bem baixinho. Parece com acordes de violino que concorrem com o silêncio e minha preguiça. Apenas ao final de tudo noto que tudo aquilo faz parte de um dos mais rebuscados, expressivos e incompreensíveis quadros que já vi: Minha própria vida, minhas escolhas, meus erros e meus acertos, resumindo: eu mesmo.
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