São Paulo, 30 de outubro de 2006.
A TEORIA DO CHUCHU
O que é um chuchu?
Cientificamente, está comprovado que um chuchu é o quarto estado da água. A água (H2O) apresenta-se na natureza nos estados líquido, sólido, gasoso e chuchu.
O chuchu não tem gosto ou cheiro.Só tem uma cor meio verde bem opaca, que não tira suas características. Prepare um chuchu com batatas, e ele adquirirá o gosto das batatas. Também com ovos, carne, quiabo, azeitonas ou qualquer alimento que achar conveniente, e o chuchu irá acoplar para si o gosto dos outros. Experimente cozinhar o referido alimento na água, e ele se desintegrará quase em sua totalidade. O que sobrar certamente não será portador de qualquer paladar diferenciado em relação ao seu meio. Pronto, provada a teoria em sua prática.
Agora, imagine se um chuchu fosse uma pessoa. Seria, provavelmente uma pessoa sem muito reconhecimento, não notada, uma pessoa pouco divertida, uma pessoa sem um diferencial qualquer. Aquele sujeito que esqueceram de convidar no reencontro da turma do colegial de 1975, porque ninguém se lembrou dele. Geralmente as pessoas referem-se a este camarada com um simples “como era mesmo o nome dele?”… Chuchus são geralmente trabalhadores de repartições públicas ou ONG´s, mas podem ser encontrados (deve-se procurar bem) em vários segmentos pouco produtivos. Na política, certamente, no auge de sua carreira, serão vices.
Agora imagine um chuchu revoltado. Aquele que não se conforma com sua natureza sem graça, com a pouca importância que lhe dão, e revolta-se. Pois esse sujeito tem momentos de cebola, de alho, de rúcula, de espinafre. Aprende com o meio, e chega a impressionar a quem não verificar com mais precisão.
Mas, como chuchu que é, será descoberto, porque em algum determinado momento, certamente começará a ser chato. Começará com uma chatice pequena, uma repetição aqui ou ali, e, rapidamente, principalmente se confrontado com um jiló verdadeiro, sumirá e recolher-se-á a um canto esquecido.
Aplicando-se todos os conhecimentos valorosos acima descritos, teremos a certeza de uma única coisa. O chilique que teve o candidato da oposição nestas eleições, forçando à própria candidatura num momento em que um outro poderia mais facilmente confrontar a falta de princípios do atual dono do poder, pode até ter, com a ajuda dos demais candidatos, com muito mais consistência do que ele, fortalecido a imagem desgastada do partido do presidente reeleito. Mas, deve-se levar algumas lições nessas (re) eleições.
Nunca foi tão fácil a um sujeito astuto como o Lula, que conta com a maneira populista de governar, mas que tem um jogo de cintura bem norteado pelos anos de sindicalismo e negociações, vencer um sujeito ainda vazio e despreparado.
A realização do segundo turno deu-se pelo fato de todos os demais candidatos estarem reforçando um discurso bem preparado, não pelo apelo pessoal do representante da oposição, muito pobre em suas repetições. Fala a verdade, não houve um momento em que as palavras “Competência” e “Seriedade” deixaram de ter sentido?
E, finalmente, nenhum representante tinha o direito de levantar bandeiras éticas e moralistas. Apenas ficou carimbado ao PT a IGUALDADE aos demais em métodos e falcatruas facilmente levantadas pelos interessados. Ninguém ficou limpo porque o PT mostrou sua sujeira. Mas, tenha-se a noção de que, neste meio, os corretos morrem cedo, ou nem nascem…
Será bem difícil eu deixar de digitar 99 daqui pra frente… E deixa o homem trabalhar, que eu não tenho nada a ver com isso…
Fim (por enquanto…)
Marcos Claudino
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