Simplicíssimo

Amargo e áspero…

São Paulo, 07 de junho de 2005.


Há pouco tempo, numa de minhas escritas, fui acusado de demagogia. Fora as declarações claras de babaquice e preconceito explícito de meu inquisidor, ele estava certo. Não sirvo para exemplos. Não faço uma mínima parte do que declaro em meus escritos que seria o certo a fazer. Não sirvo para levantar as bandeiras que finjo gritar aos quatro ventos ser a bandeira da verdade. Como se verdades absolutas realmente existissem.
Ele estava certo ao satirizar minha falsa opção de defesa do povo, paralelamente à minha atitude explícita de burguesia decadente (e bota decadente nisso…). Pois é, este sou eu, sem vergonha de me mostrar.
Eu apenas escrevo. Jogo carapuças ao vento, na esperança de que encontrem elas uma boa cabeça a colocar as idéias em prática. Porque o que eu faço é tentar trabalhar um pouco (quando tenho emprego), gastar o suado dinheirinho com as pessoas que gosto, e, claro, comigo mesmo…
Vivo normalmente demais até. Recebo fotos de gostosas peladas enquanto lanço meus mísseis escritos aos quatro cantos dos poderes nacionais e mundiais. Satirizo celebridades por não ter a sorte de ganhar dinheiro sem talento. Assisto ao futebol, criticando todas as táticas que os jogadores milionários não estão conseguindo cumprir, culpando aos céus por não ter tido a sorte de ser encontrado por um empresário competente, na infância já bem distante.
Consumo o que meu pobre salário permite, enquanto o tenho, e depois caio em depressão ao não conseguir usar meus próprios bens. Atitude? O que é isso? No máximo, consegui votar no Lula (culpem-me), e os resultados não estão me agradando…
Tenho a mesma paciência do povo ao falar de política. Contenho-me, pois o egoísmo não me deixa aceitar tanto meu erro. Ainda é cedo, disse eu certa vez, e continuei dizendo, dizendo, e dizendo… Acho que não resistirei por muito tempo… Política enoja, e dizem que não há outro jeito de fazê-la… Piorou…
Em síntese, sou um ignorante que aprendeu a escrever, e teve a sorte de ser convidado a mostrar seus escritos em sítios queridos. A culpa é daqueles amigos, de dez anos atrás, que pediam que eu enviasse meus escritos a outros, e outros, e outros… Minha culpa é mínima neste aspecto… Empolguei-me e não mais parei…
Tudo isso foi apenas para dizer que continuarei… Continuarei porque, se sei que sou ruim, descubro que sou melhor que outros. Porque se o Jean BBB está ainda mais milionário por escrever um livro, eu continuarei. Não vou parar até ficar rico também, de uma forma ou de outra, ou morrerei tentando… Cantarei Axés, pagodes e forrós. Cairei em pegadinhas idiotas nas ruas. Casarei com a super estrela se ela olhar para meus lindos olhos azuis. Pois, se eu não sirvo pra nada, sei que tenho grande chance de dar um futuro melhor aos meus filhos, que nem ainda nasceram…
Obrigado!!

Marcos Claudino, 36 anos, está ficando velho e gagá muito rápido, e é brasileiro, e não desiste nunca…

Marcos Claudino

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